Cecilio em Home Office

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Cecilio no Escritório

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Acabou a Dívida Externa

A DÍVIDA EXTERNA MORREU

Extraído da coluna do G1, do Carlos Alberto Sardenberg de 21.02.2008


O aviso fúnebre - neste caso um alegre comunicado - saiu agora pouco no site do Banco Central (www.bcb.gov.br). Revela que no último mês de janeiro, o Brasil tornou-se credor externo, “fato inédito em nossa história”. Mais exatamente, o Brasil é credor em US$ 4 bilhões.
Chega-se a esse resultado assim: toma-se a Dívida Externa Total (pública e privada, DET) e se subtrai dela o “ativo” do país no exterior, que são basicamente as reservas internacionais do BC. Chega-se, assim, à Dívida Externa Total Líquida (DETL).
Em 2003, essa DETL era de US$ 165 bilhões - era isso que o governo e as empresas privadas deviam liquidamente no exterior.
Em janeiro último, informa o BC, essa DELT deve ter chegado a “menos US$ 4 bilhões”, ou seja, não é mais Dívida, mas um crédito externo líquido de US$ 4 bilhões.
Resumindo, se você deve 190 e tem caixa de 194, você não deve nada. Sendo que a dívida externa brasileira é de médio e longo prazo. E as reservas são caixa, dinheiro no bolso.
É por isso que o Brasil tem passado bem pela crise internacional. Há uma crise de crédito e o Brasil não precisa de crédito.
Como chegamos a isso?
Estabilidade macroeconômica longamente construída;
Avanços no mercado financeiro, atraindo investidores externos para negócios, bolsa e títulos de renda fixa do governo;
Fantástico cenário internacional, com crescimento real (e, pois, aumento do comércio externo) e liquidez (dinheiro sobrando para investimentos nos países emergentes);
Ótimo desempenho das exportações;
Em resumo, ortodoxia econômica, empresas preparadas para exportar e a sorte de um extraordinário ambiente internacional no período 2003/07.
O mundo, agora, está desacelerando, mas o Brasil já construiu bons fundamentos. Aproveitou.
Se a gente tivesse um governo menor, com menos gastos e menos arrecadação de impostos, e um ambiente mais favorável ao investimento privado, o país estaria crescendo mais que a China. Nisso, o país ainda está perdendo o bom momento para fazer as reformas tributária e fiscal.
O documento do BC chama-se: Focus-BC - Indicadores de Sustentabilidade Externa do Brasil - Evolução Recente.

Observação deste Blog:

Muito boa esta notícia, se tivessemos melhores técnicos neste governo certamente a situação seria muito melhor.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

A Farra da Casa Real

Circula na Internet o texto abaixo, alguém poderia confirmar a veracidade ?

Vocês sabiam que o filho do presidente Lula, o Lulinha, que há 05 anos era empregado do zoológico em São Paulo, acabou de comprar a fazenda Fortaleza (de porteira fechada) localizada às margens da rodovia Marechal Rondon, município de Valparaíso-SP, de propriedade do sr. Prata Cunha, um dos maiores produtores de nelore do Brasil, pela simples bagatela de
R$ 47.000.000,00 (quarenta e sete milhões de reais), e a imprensa, não divulgou!!!! como isso é possível???????

Como ele é inteligente né !!!!!!

Vamos fazer a nossa parte.
Denunciem

E viva a farra do BOI.........

Vamos pesquisar, se alguém souber de algo e tiver como provar, vamos divulgar, retransmita, se bem que para uma fazenda nesta região até que saiu barato, o que precisamos saber é de onde veio o recurso para compra da mesma.


terça-feira, 6 de novembro de 2007

Como não Administrar um País

Coluna na Folha de São Paulo de 06.11.2007

Colunista : MARIA INÊS DOLCI

Como não administrar um país

Essa sucessão de trapalhadas demonstra que a conta da politicagem sempre é cobrada da sociedade

RESPONDA, POR FAVOR, o que há de comum entre leite adulterado, caos aéreo, brinquedos perigosos e a ameaça de corte de gás no Rio de Janeiro e em São Paulo?

Há a ocupação desenfreada de cargos públicos por políticos da companheirada, em lugar de técnicos qualificados. Ou falta de administradores mais bem preparados para o exercício de cargos públicos de chefia e de direção.

Esse arrasa-quarteirão quase destruiu o Instituto Nacional do Câncer (Inca), até então uma referência no tratamento dessa enfermidade cruel. Em 2003, uma "crise administrativa" desabasteceu as unidades assistenciais do Inca. Motivo: a coordenadora de administração do Inca, na época, não tinha qualquer experiência no ramo. Seu mérito era ser esposa do então presidente da Câmara Municipal do Rio.

A ocupação também tomou conta da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), cujo diretor-presidente, Milton Zuanazzi, só agora renunciou a seu cargo, após meses de pressão do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Antes de comandar a Anac, Zuanazzi foi secretário Nacional de Políticas de Turismo. Hoje, a crise aérea só não se aprofundou porque há menos vôos, e mais caros, reduzindo o acesso da classe média baixa a esse meio de transporte.

Recentemente, soubemos que não poderíamos confiar, quem diria, nem no leite, alimento básico das crianças e dos idosos. Pois as equipes de fiscais do Ministério da Agricultura não enxergaram que estavam misturando soda cáustica e água oxigenada ao leite nosso de cada dia.

O Ministério da Agricultura e a Anvisa, contudo, não estão sozinhos nessa dificuldade para perceber ameaças à saúde do consumidor. Afinal, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) concedeu seu selo a brinquedos condenados fora do Brasil, por provocar ferimentos e até morte.

Agora, também descobrimos, pela imprensa, que a Petrobras havia cortado 17% do volume de gás fornecido às distribuidoras do Rio de Janeiro. E 5% do volume de gás que chega a São Paulo.

Mais adiante, vazou uma troca de correspondências entre o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, que advertiu o então ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, para o risco de corte no fornecimento de gás natural. Por quê? Devido à pressão de Rondeau para que a Petrobras ampliasse a oferta de gás às usinas termelétricas, a fim de não prejudicar o crescimento econômico.

Para piorar a situação, o Brasil reduziu a quantidade de gás importada da Bolívia, para ajudar a Argentina, que enfrentava uma crise energética. Agora, fala-se em reajustar o preço do gás.

Essa sucessão de trapalhadas afeta bem mais do que as áreas aqui citadas. E demonstra que a conta da politicagem sempre é cobrada da sociedade, que não pode confiar no transporte aéreo, na qualidade do leite, na segurança dos brinquedos e no suprimento de gás natural quando falta chuva. E que recebe, de brinde, uma CPMF eterna, sob os sorrisos do governo e da oposição.

( O paragráfo abaixo é opinião do blogueiro e de sua inteira responsabilidade )

Acredito que qualquer partido no poder não faria muito diferente, tanto para melhor como para pior, são todos uns incompetentes.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Ferrovias na contramão!

Este texto foi escrito pelo grande empresário : ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES em sua coluna no Jornal Folha de São Paulo de 19.08.2007.


Por achá-lo por demais interessante publico neste Blog.

Ferrovias na contramão!


HÁ MAIS de cem anos, o barão de Mauá lutou pela construção de estradas de ferro e de sistemas de navegação fluvial por saber que, em um país continental como o nosso, o transporte de carga teria de contar com uma solução barata e segura.


Ele bancou 40% do custo da primeira ferrovia, construída em Petrópolis, em 1854, e, em associação com os ingleses, iniciou a estrada Recife-São Francisco, a dom Pedro 2º (depois Central do Brasil) e a São Paulo Railway, de Santos a Jundiaí.


Chegamos ao início do século 20 com cerca de 30 mil quilômetros de ferrovias -o que era nada para a dimensão e necessidades do Brasil.


Em 1944, eram 35 mil quilômetros, que continuou sendo muito pouco.
Pois bem, no relatório da Agencia Nacional de Transporte Terrestre de 2006, li que, depois de 150 anos, nossa malha ferroviária caiu para 29 mil quilômetros e, em uma reportagem do jornal "Valor" desta semana, verifico que descemos para 28 mil quilômetros ("Infra-estrutura: custo dificulta ampliação das ferrovias", 13/8/2007).


Andamos para trás enquanto o mundo caminhou para a frente. Na Europa, as malhas ferroviárias se expandiram extraordinariamente, incluindo trens de alta velocidade (mais de 300 km/h) que servem para o transporte de passageiros entre as grandes cidades.


Não tem cabimento continuarmos com 28 mil quilômetros de estradas de ferro e movimentar cargas basicamente por transporte rodoviário, que é caro, poluente e exigente de um tipo de manutenção que o país não agüenta.


Além de serem precárias, as ferrovias do Brasil são irrisórias. O minúsculo Japão tem 23 mil quilômetros de estradas de ferro de boa qualidade. A Argentina tem 34 mil quilômetros; a Austrália, 41 mil; a Alemanha, 45 mil; a Índia, 63 mil; o Canadá, 64 mil; a China, 71 mil; a Rússia, 87 mil, e os Estados Unidos, quase 200 mil quilômetros.


É verdade que os investimentos são altos. Mas, se o governo não tem recursos, que se busque a iniciativa privada, mediante concessões de longo prazo. Muitas empresas estrangeiras já manifestaram o seu interesse. Por que não partir para parcerias, inclusive para interligar os três aeroportos de São Paulo ( Congonhas, Guarulhos e Viracopos )?


O retorno desse investimento pode ser pequeno quando se leva em conta apenas a receita do transporte, mas é enorme quando se considera a geração de empregos e de tributos, assim como a redução da poluição e dos acidentes e a ativação da economia, pois, afinal, os dormentes, as locomotivas, os vagões, a eletrificação, enfim, tudo é nacional.


Vamos lá, Brasil, mãos à obra!


Mais uma vez ele está certo, será que nosso políticos, governantes eleitos pelo voto democrático terão vontade política para levar adiante um projeto como este ?


Será ??????




domingo, 19 de agosto de 2007

OS MORALISTAS - Luis Fernando Veríssimo

Este é mais um texto do Veríssimo, retirado do projeto Releituras de Arnaldo Nogueira Junior.

Os Moralistas

Luis Fernando Verissimo


— Você pensou bem no que vai fazer, Paulo?

— Pensei. Já estou decidido. Agora não volto atrás.

— Olhe lá, hein, rapaz...

Paulo está ao mesmo tempo comovido e surpreso com os três amigos. Assim que souberam do seu divórcio iminente, correram para visitá-lo no hotel. A solidariedade lhe faz bem. Mas não entende aquela insistência deles em dissuadi-lo. Afinal, todos sabiam que ele não se acertava com a mulher .

— Pense um pouco mais, Paulo. Reflita. Essas decisões súbitas...

— Mas que súbitas? Estamos praticamente separados há um ano!

— Dê outra chance ao seu casamento, Paulo.

— A Margarida é uma ótima mulher.

— Espera um pouquinho. Você mesmo deixou de freqüentar nossa casa por causa da Margarida.
Depois que ela chamou vocês de bêbados e expulsou todo mundo.

— E fez muito bem. Nós estávamos bêbados e tínhamos que ser expulsos.

— Outra coisa, Paulo. O divórcio. Sei lá.

— Eu não entendo mais nada. Você sempre defendeu o divórcio!— É. Mas quando acontece com
um amigo...

— Olha, Paulo. Eu não sou moralista. Mas acho a família uma coisa importantíssima. Acho que a família merece qualquer sacrifício.

— Pense nas crianças, Paulo. No trauma.

— Mas nós não temos filhos!

— Nos filhos dos outros, então. No mau exemplo.

— Mas isto é um absurdo! Vocês estão falando como se fosse o fim do mundo. Hoje, o divórcio é uma coisa comum. Não vai mudar nada.

— Como, não muda nada?

— Muda tudo!

— Você não sabe o que está dizendo, Paulo! Muda tudo.

— Muda o quê?

— Bom, pra começar, você não vai poder mais freqüentar as nossas casas.

— As mulheres não vão tolerar.

— Você se transformará num pária social, Paulo.

— O quê?!

— Fora de brincadeira. Um reprobo.

— Puxa. Eu nunca pensei que vocês...

— Pense bem, Paulo. Dê tempo ao tempo.

— Deixe pra decidir depois. Passado o verão.

— Reflita, Paulo. É uma decisão seriíssima. Deixe para mais tarde.

— Está bem. Se vocês insistem...

Na saída, os três amigos conversam:

— Será que ele se convenceu?

— Acho que sim. Pelo menos vai adiar.

— E no solteiros contra casados da praia, este ano, ainda teremos ele no gol.

— Também, a idéia dele. Largar o gol dos casados logo agora. Em cima da hora. Quando não dava mais para arranjar substituto.

— Os casados nunca terão um goleiro como ele.

— Se insistirmos bastante, ele desiste definitivamente do divórcio.

— Vai agüentar a Margarida pelo resto da vida.

— Pelo time dos casados, qualquer sacrifício serve.

— Me diz uma coisa. Como divorciado, ele podia jogar no time dos solteiros?

— Podia.

— Impensável.

— É.

— Outra coisa.

— O quê?

— Não é reprobo. É réprobo. Acento no "e".

— Mas funcionou, não funcionou?